sábado, 21 de novembro de 2009

5 Minutos divulga vencedores em noite de festa

O vídeo curitibano “Cru”, de Fábio Allon, foi o grande vencedor do XIII Festival Nacional 5 Minutos. A produção recebeu o prêmio Walter da Silveira e R$ 10 mil graças à sua expressividade sonora e musical, surpreendendo o público que lotou o Complexo Cultural da Biblioteca Pública dos Barris. O resultado foi anunciado pelo diretor do IRDEB (Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia), Pola Ribeiro, durante a cerimônia de premiação realizada na noite do sábado, 21 de novembro. “Estou realmente atônito com a notícia. É um vídeo bem experimental, minha primeira produção em super 8, cuja idéia era ser produzido sem edição, ou seja, gravado em ordem cronológica”, conta o cineasta Fábio Allon.
Em 2º lugar ficou “Encontro com o Mestre”, de Marcelo Góis, que além de receber o Prêmio Alexandre Robatto e R$ 8 mil, faturou também o premi espacial oferecido pela ABCV – Associação Baiana de Cinema e Vídeo. O vídeo “É pra Pirá-Já”, de Jorge Baía, conquistou duas premiações: venceu a eleição do júri popular (Prêmio Luiz Orlando e R$ 3 mil), em que o público escolhe a produção que mais lhe agrada; e o 3º lugar na votação da comissão de premiação (Prêmio Roberto Pires e R$ 6 mil). “Quando concebi a obra, a intenção era a comunicação com o público. E receber a maioria dos votos da platéia mostra que atingimos este objetivo”, comemora Jorge Baía.
Já o prêmio para jovens realizadores (Prêmio Vito Diniz e R$ 3 mil) menores de 21 anos foi vencido pelo vídeo “Rodando a Moenda”, de Sara Oliveira e Liliane Sena. “Esta vitória é um grande incentivo, me mostra que tomei a decisão certa ao ter escolhido trabalhar com audiovisual. Agora tenho certeza de que quero estudar cinema”, confessa Sara.
Além destes vencedores, outros vídeos contemplados foram o “Música.br”, de Fabiano Passos, com o Prêmio Porta Curtas; e as produções “Cidadão Classe A”, de Abel Vargas, e “Imagine in Bahia”, de Caó Cruz, que receberam menções honrosas.

Museu Roque Araújo: uma exposição repleta de memória

Remontagem de um dos cenários do filme Revoada

A exposição “Uma imagem em Movimento” traz à tona histórias ocorridas nos tempos áureos do cinema, desde a década de 50 até os dias atuais, para o Museu Roque Araújo, montado especialmente para o Festival 5 Minutos. As peças expostas são parte do acervo pessoal do cineasta e produtor Roque Araújo que, ao longo de sua carreira, trabalhou em diversas produções do cinema nacional. A exposição pretende retratar a evolução dos equipamentos de cinema e vídeo, buscando não apenas rememorar a história do cinema na Bahia, como também proporcionar a reflexão e a troca de idéias sobre a influência da produção baiana no cenário nacional.

Equipamentos de projeção, recortes e a remontagem de um dos cenários do filme Revoada, de José Umberto, com os objetos cenográficos originais, também fazem parte do museu. Além de conhecer um pouco mais sobre a história do cinema na Bahia, o visitante também pode bater um papo com o próprio Roque.

O Museu Roque Araújo está aberto à visitação pública das 9 às 21h, na Galeria do Xisto, que fica na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, nos Barris, até 21 de novembro.

Entrevista com o idealizador do Dockanema, Pedro Pimenta

F5M: Como surgiu a idéia de fazer o Dockanema?
Pedro Pimenta: Queríamos revitalizar a tradição moçambicana de produção de documentários, que estava se perdendo. Além de sermos um espaço para exibição das produções africanas, provocamos um debate entre os cineastas e o público.

F5M: Os objetivos foram atingidos?
PP: O festival extrapolou a idéia inicial de ser uma plataforma de exibição. O Dockanema, em seu formato atual, propõe ações de formação, com oficinas e análises do cinema africano. Estamos iniciando um projeto de formação de redes de festivais no continente, e já temos parcerias em Gana a Zanzibar. A expectativa é de que estes eventos promovam o documentário africano e sensibilizem as TV públicas para o reconhecimento da qualidade deste material.

F5M: Quais os obstáculos para se produzir audiovisual na África:
PP: A ausência de políticas públicas, já que a cultura nunca é prioridade; a dificuldade dos cineastas africanos em enxergar de forma criativa a realidade ao seu redor; e a dependência de financiamentos vindos do exterior, uma vez que o capital estrangeiro só aprova filmes que se adéqüem à sua forma de ver a África.

Festival 5 Minutos abre espaço para consciência negra

O último dia do XIII Festival Nacional 5 Minutos, que acontece no dia 21 de novembro (sábado) tem uma programação dedicada à África, como parte das comemorações da semana nacional da Consciência Negra. Através de uma parceria com o Festival moçambicano Dockanema, o 5 Minutos brinda o público baiano com a rara oportunidade de conhecer o atual panorama audiovisual do continente africano e, de quebra, traz a Salvador o idealizador do evento, Pedro Pimenta.
“O Dockanema cria um diálogo entre os cineastas moçambicanos e os profissionais dos outros países africanos. E o Brasil, dentro desta oportunidade histórica de reconciliação com sua matriz cultural, certamente receberá muito bem as produções que serão exibidas”, afirma o cineasta. A exibição dos vídeos acontece a partir das 16h na Sala Alexandre Robatto.
Em seguida o público participa de um debate com Pedro Pimenta, que apresentará um pouco da sua experiência como diretor e produtor executivo em países como Moçambique, Angola, Zimbabwe, Etiópia e África do Sul. Assuntos como formação técnica, canais de distribuição e perspectivas para o estreitamento das relações da produção daquele continente com a Bahia e o Brasil também estarão em pauta.
As similaridades entre a cultura brasileira e a africana serão mostradas em três documentários: I Love You, de Moçambique, em que um garoto de 11 anos tenta explicar a uma prostitua sobre a importância dos preservativos; My Beautiful Smile, do Senegal, que aborda a tradição africana de tatuar as gengivas; e Ilha dos Espíritos, que conta a história da primeira capital de Moçambique, e a relação de seu povo com o mundo espiritual.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Festival 5 Minutos abre espaço para a produção universitária

A mistura de estilos e experiências do Festival Nacional 5 Minutos abraçou, em 2009, um grupo de realizadores bem especial: os universitários. A XIII edição do evento contou com a parceria do Centro Universitário Unijorge, que realizou duas mostras audiovisuais, além de oficinas e making of do Evento. “A parceria é de extrema importância para o nosso curso. É uma possibilidade de conectar a produção acadêmica aos projetos de fomento à cultura, oportunidade para que os futuros profissionais coloquem em prática o que aprenderam em sala de aula”, afirma a coordenadora do curso de Publicidade e Propaganda da instituição, Patrícia Moraes.

Mostras Paralelas Universitárias
Os universitários baianos tiveram duas mostras em exibição no F5M: a Mostra Doc, realizada nos dias 17 e 19, e a Mostra Microfilme, que tem seu último dia de exibição neste sábado (21), das 9h às 21h. Enquanto a primeira deu vazão aos documentários de curta e média-metragens, produzidos por alunos de jornalismo de Salvador; a outra apresentou filmes de 1 minuto, criados através de mídias móveis. “Muito legal a iniciativa de convidar os universitários a exibirem suas produções no Festival. Com certeza o público jovem aprova a iniciativa, tanto pela linguagem utilizada como pelos próprios temas escolhidos”, afirmou o comerciante Cassius da Cruz, 35 anos, enquanto assistia aos documentários.

Cada vez mais jovens
O Festival instituiu também o Prêmio Vito Diniz, de melhor vídeo de Jovem Realizador, onde concorrem jovens de até 21 anos. Este ano cinco realizadores – classificados para a Mostra Competitiva do evento – disputam o prêmio de R$ 3 mil. O vencedor será conhecido na cerimônia de premiação do evento, neste sábado, às 19h.

"Cine Aberto – Ponta de Areia" une Minas e Bahia

Construir uma ponte entre realizadores mineiros e baianos é a proposta do Cine Aberto – Ponta de Areia, iniciativa das ONG Contato (de Belo Horizonte) e Eletrocooperativa (de Salvador), que realizou mostras e debates na capital baiana, dentro da programação do XIII Festival Nacional 5 Minutos. “Há uma clara similaridade na gênese artística de baianos e mineiros. Então vamos unir as tecnologias sociais e a experiência da Contato e da Eletrocooperativa, e permitir que a juventude destes estados se expresse, se conscientize e, neste processo, conscientize também a sociedade”, afirma o representante da Contato, Helder Quiroga.

Mostra de vídeos
Além dos debates, o Cine Aberto – Ponta de Areia exibiu também, durante o Festival 5 Minutos, uma mostra de vídeos, com produções que abordaram temas como o patrimônio material e imaterial de Minas Gerais e a dicotomia “sonho e realidade” de Cuba. O público aprovou o evento. “É ótimo poder notar as diferenças sutis entre os vídeos baianos e mineiros, ver como os povos retratam seus patrimônios materiais e imateriais. O Cine Aberto, por si só, já valeu a minha vinda ao Festival. Estou ansiosa para assistir às outras mostras do 5 Minutos”, conta Jeane Santos, de 32 anos.

Competição
Além da programação especial, o Festival 5 Minutos conta também com uma Mostra Competitiva. A competição chega ao fim no sábado (21), quando serão escolhidos cinco vídeos, em diversas categorias, que dividirão um total de R$ 30 mil reais. A premiação funciona da seguinte forma: quatro vídeos serão escolhidos por uma comissão julgadora (1º ao 3º lugar, e o vídeo de “jovem realizador”, para produtores menores de 21 anos) e um será escolhido pelo público, através de voto direto nos locais de exibição na capital e interior.
Quase todas as regiões do país estão representadas na competição, mas os estados com maior destaque são a Bahia (com 30 selecionados), seguido de São Paulo (6), Rio de Janeiro (4), Minas Gerais (3) e Goiás (2). Os estados do Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe terão um representante cada. A cerimônia de premiação acontece às 19h, na Sala Walter da Silveira.

Competição acirrada no XIII Festival Nacional 5 Minutos

Walter da Silveira lotada, durante a exibição da Mostra Competitiva



Os aplausos e gritos da platéia não deixam dúvida: a disputa pelo prêmio de melhor vídeo da Mostra Competitiva do XIII Festival Nacional 5 Minutos está acirrada. O evento – realizado pela Diretoria de Audiovisual (DIMAS) da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB) – vai até o dia 21 de novembro (sábado), data em que serão conhecidos os vencedores nas cinco categorias, que dividirão uma premiação de R$ 30 mil.

Para a arquiteta Alice Elon, 48 anos, que veio em todas as edições do evento, há uma clara evolução na qualidade das produções. “Este ano os realizadores se superaram. As experimentações continuam, mas há também uma linguagem mais acessível, que emociona, faz rir, chorar, mas também nos faz parar e analisar a idéia do diretor, os motivos que o levaram a escolher esta cor ou aquele ângulo”, comenta.
Vale lembrar que o público, através de voto direto, ajuda a eleger um dos vencedores.
Mas não é só o público que está dividido: “Me emocionei com alguns filmes, vai ser difícil escolher o melhor”, afirma a diretora e uma das juradas da mostra, Lisa Lins. “Mas o importante é a vontade dos realizadores, aquilo de ter o desejo de fazer cinema e se empenhar nisto. A arte precisa de eventos deste tipo, para as pessoas brincarem, experimentarem, descobrirem caminhos”, completa Lisa. Além dela, fazem parte da comissão de premiação o ator Jandir Ferrari, o mestre em artes visuais Sávio Leite, e os diretores Renato Chiappetta e Rodrigo Grota.